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Estranho fantasma

Já não tenho força
Para enlouquecer
Não tenho força para implorar
Não tenho força
Para falar
Outra vez as mesmas coisas
Não tenho força pra ir embora
Nem pra tentar de novo
Espero a morte chegar
Acariciando meu rosto
Sendo a minha melhor esposa
Esse cansaço não vai a lado algum
Estou morrendo por dentro uma vez mais
E pra que conversar meu bem?
Você é assim e eu sou assá
Isso não vai ajudar
Te dizer que estou morrendo
Não vai mudar as coisas
Cada um nessa vida
Está preocupado demais de sí
Você senta pra pensar no nosso futuro
E enquanto isso a vida passa
e esquece que estou aqui
Atrás dessa parede
Bem perto
Mas a milhares de kilómetros mentais
Não estou ficando jovem
E antes queria aproveitar a vida ao seu lado
Mas agora quero aproveitar a morte aqui dentro
Nesse escuro divã sem análise
Maquiando minha face na sociedade
E deixar que essa voz interna
Se confunda com os barulhos da rua
Enquanto estou no nosso quarto
Quieta, calada, ida.
 
 
 
Gabriela Quenard Nemitz

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