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Triste noite

O meu corpo tá cansado
 
A minha mente tá exausta
 
O meu penso tá lento
 
O meu senso violento
 
A vida nefasta
 
A música débil
 
O ego descrente
 
A mente consciente
 
E desistente
 
Meu intelecto com ciúme
 
De algo inexistente
 
Pega algo
 
Acha que é bom
 
E logo some
 
Sem esperança
 
Você violou minhas poesias
 
Acabou com meus desacatos
 
Desescreveu o que já não havia
 
No fundo dos meus tabelionatos
 
Aqueles que ninguém via
 
Que eram os melhores
 
Entre o ideal
 
De amores
 
Agora são porcaria
 
Você acabou com as palavras do mundo
 
Com meus senso de tudo
 
Fundiu o meu ego
 
Na escrivaninha
 
Fique chorando
 
E idolatrando
 
O quanto indescritivelmente
 
Te amo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Triste noite
 
 
 
 
 
Triste noite
 
É sério?
 
Alguém me diga que menti pra mim mesma
 
Sobre a dor que sinto
 
Ao me ver longe
 
Mais uma vez
 
Qualquer mentira
 
É menos injusta que a distância
 
Entre meu cheiro indecifrável e o teu
 
Qualquer luta
 
É mais plausível
 
Do que sentir a madrugada
 
Chegando
 
E lenta
 
E silenciosa
 
Solitária
 
No passado
 
Não havia nada de errado no silêncio
 
Mas agora é a tua voz a que falta
 
É como descobrir o que vem além de universo
 
E, do nada, esquecer.
 
 
 
 
Gabriela Quenard Nemitz

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